Reunidos desde ontem, dia 10, até o próximo dia 19, em Aparecida (SP), o episcopado brasileiro dedica os dois primeiros dias da 61ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à oração.
Em retiro espiritual, conduzidos pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Pietro Parolin, os bispos brasileiros refletiram “O Caminho Sinodal” por meio de pregações, momentos de reflexão pessoal e também de confissão sacramental.
“Cada retiro tem algo de renovar e recriar”, afirmou o bispo de Coari (AM), dom Marcos Piatek, ao explicar que o processo sinodal, realizado na Igreja em todo mundo, orienta a elaboração das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE), uma das principais pautas que nortearão a agenda do episcopado brasileiro no desenvolvimento da AG até a próxima semana.
“Ambos eventos nos convidam a responder melhor na evangelização da sociedade de hoje contribuindo na construção do Reino de Deus”, disse o bispo do norte do país indicando a importância da oração e do primado divino na condução da missão episcopal: “o retiro nos lembrou a teologia da comunhão, da solidariedade e da missão. Precisamos redescobrir a primazia de Deus na nossa vida. Jesus é a pedra viva, o alicerce da nossa vida como batizados e como ministros ordenados”.
Construção espiritual e comunhão
Sobre o pregador do momento espiritual, o arcebispo de Salvador (BA) e primaz do Brasil, cardeal Sergio da Rocha, evidenciou que o secretário de Estado do Vaticano “contribuiu muito para reavivar o compromisso de continuar a percorrer o caminho sinodal, com passos firmes de comunhão, participação e missão. Necessitamos, cada vez mais, promover a participação de todos, como pedras vivas do edifício espiritual que é a Igreja, valorizando cada um”, disse.
Em entrevista, agradecido pela presença e reflexão de dom Parolin, o cardeal brasileiro ressaltou que, com o retiro dos bispos, a CNBB “nos ajuda muito a caminhar unidos, entre nós e com o Papa Francisco, a fim de poder cumprir fielmente a nossa missão”.
Também grato a Deus pelas indicações espirituais de hoje e ao cardeal Parolin “pelas sábias e provocativas reflexões”, o bispo de Nova Friburgo (RJ), dom Luiz Antônio Lopes Ricci, salientou que o retiro espiritual o ajudará no discernimento em vista de um ministério episcopal gerador de vida. Segundo ele, o pregador “destacou a importância da criatividade e da imaginação na participação corresponsável dos pastores e fiéis”.
O bispo de Tubarão (SC), dom Adilson Pedro Busin, enfatizou a imagem da Igreja como um edifício espiritual cujo construtor é o próprio Deus e o Espírito Santo que “alicerça” as pedras dos dons e carismas na estruturação do corpo eclesial, utilizada pelo pregador do retiro, cuja cabeça é o próprio Cristo, a pedra viva. “Na missão local, como bispos em nossas dioceses, somos pedras de comunhão para que essa construção espiritual seja alicerçada em Jesus”, comentou.
Como “apóstolos da reconciliação”, a partir de sua oração pessoal, dom Adilson lembrou que os bispos, que com os fiéis também se deixam lapidar pelo Espírito Santo na construção espiritual permanente que é a Igreja, são animadores das comunidades na comunhão eclesial.
Para o bispo de Coxim (MS) e secretário do regional Oeste 1 da CNBB, dom Otair Nicoletti, a partir das reflexões do retiro e diante dos desafios da realidade social e eclesial vivida, “a comunhão é o que nos fortalecerá no caminho como Igreja e na vivência da sinodalidade”, e completou: “acredito que na missão episcopal, enquanto ‘pedra viva’, devo me deixar trabalhar constantemente para acolher e receber outras pedras que formam a Igreja de Cristo presentes na Igreja particular onde vivo”.
Texto do padre Tiago Barbosa (Sul 1) e fotos da Victória Holzbach (Regional Sul 3) | Comunicação da 61ª AG CNBB
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