De acordo com a tradição heráldica da Igreja Católica Romana, o Brasão de um Bispo é composto por quatro elementos: um escudo com as suas insígnias; uma cruz processional dourada; um chapéu verde (galero) com doze borlas presas; e aparecendo abaixo de tudo, um pergaminho com o lema escrito em preto.

Para o seu brasão, Sua Excelência, o Bispo Dom Joaquim Carlos Carvalho selecionou uma imagem que reflete a sua vida e a sua herança religiosa e familiar. O escudo é concebido na cor verde, na forma de manto dobrado, que se divide em três partes: Na parte esquerda, sobre o fundo branco, há uma cruz preta. Na parte direita, sobre o fundo azul, uma lua crescente. Ao centro, sobre o fundo amarelo, há um carvalho e acima dele, duas pombas em um cesto.

 

Significado:

O chapéu verde (galero) com doze borlas presas na cor verde e a cruz processional dourada:

O chapéu simboliza Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, e as doze borlas, seus doze apóstolos. A cruz pastoral dourada é uma lembrança de que o ministério do Bispo está intimamente ligado ao ministério pastoral de Cristo.

A divisão do escudo na forma de manto dobrado é a representação de um manto ou da capa utilizada pelos sacerdotes nas bênçãos do Santíssimo Sacramento, em ofícios e nas procissões. Recorda o ministério episcopal de abençoar e conduzir seu rebanho a Cristo.

 

A Cruz beneditina preta sobre o fundo branco afirma a identidade monástica do Bispo. Esta é a cruz que aparece na Medalha do Jubileu de São Bento de 1880 e é universalmente reconhecida como beneditina. A cruz é o sinal utilizado por São Bento para expulsar o mal e se livrar dos perigos. A construção da paz é representada pelo branco, a superação do mal exige das pessoas a renúncia, o sacrifício e a vida de oração. Para conseguir a paz é necessário se colocar diuturnamente aos pés da cruz e se esforçando para construir a comunhão.

 

A Lua Crescente sobre o fundo azul. Esta é uma representação mariana e reflete a devoção e o carinho do Bispo pela Santa Mãe de Deus. Como a lua reflete o sol, assim Maria reflete e aponta para Jesus.  Assim, a devoção Mariana do Bispo é como um instrumento de sua unidade com a vontade de Cristo, pastor e mestre na fé.

 

No centro há a representação de um carvalho com as raízes à mostra. Em primeiro lugar, o carvalho é uma arvore que indica força e resistência, pois normalmente é uma arvore imponente e de grande longevidade. Com esta arvore se faz referência à família de origem do bispo, que com seu testemunho se mantém firme no meio da comunidade da cidade de origem do Bispo. A isto se acrescenta que o carvalho neste brasão é uma árvore com raízes à mostra, que representa a estabilidade, as raízes profundas da fé ou a conexão com as tradições e a história da comunidade religiosa.

 

Esta arvore também é uma conexão com o Magistério recente do Papa Francisco sobre a Casa comum. Sendo o Carvalho uma árvore imponente, ela também é lugar de residência de muitos pássaros. A partir desta visão se faz uma conexão com todo pensamento ecológico do recente Magistério pontifício.

 

As duas pombas no cesto são uma alusão ao nome do Bispo que é referência a seu onomástico São Joaquim, pai da Virgem Maria. Em algumas imagens, São Joaquim é representado segurando uma cesta com duas pombinhas que é a oferta que o casal faz quando levam a criança e Maria ao Templo para a “purificação”. A história conta que certo dia S. Joaquim foi levar sua oferta no templo e um sacerdote o proibiu de fazer a oferta, pois ele e Sant’Ana não tinham filhos. Assim, após longo período de oração, o casal concebe, e agora retornam ao templo com sua oferta para a purificação da filha Maria.

 

Além de representar o nome do Bispo, as pombas no cesto são uma lembrança de que não se deve desanimar diante das adversidades, e que a confiança em Deus, o desejo de fazer sua vontade, a perseverança na oração nos ajuda a superar os obstáculos que a vida nos impõe. As duas pombinhas também simbolizam a ideia de paz e pureza, sendo as pombas frequentemente associadas aos símbolos da paz